Os LGBTIQ não são humanos?




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Em Dezembro de 2018 a Polónia e a Hungria bloquearam um pedido de inclusão dos direitos “LGBTIQ” numa declaração comum da União Europeia como resultado de uma das reuniões anuais do Conselho Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores que reúne todos os ministros do emprego e assuntos sociais dos países da U.E..
 Escândalo, horror, homofóbicos, fascistas. Esta adjetivação é a reação ao estímulo que um determinado adestramento ideológico provoca nas mentes mais reativas e superficiais. A resposta surge sempre por má fé ou por ignorância.
Incluir uma sigla numa declaração não parece de grande importância, mas é. As agendas e a conquistas de poder fazem-se com pequenos passos, pressões e exigências permanentes.  O documento em questão tem o objetivo de alertar para a promoção da “equidade de género na era digital”. Ora, sempre que surge a palavra género, um certo ativismo surge a terreno como se fosse sua propriedade exclusiva.
As conclusões oficiais da reunião com os vetos da Polónia e Hungria referem-se apenas a “igualdade de género, juventude e digitalização”. No documento integral a exigência dos direitos Lgbtiq são mencionados, mas não surgem nas conclusões oficiais”. Este pormenor é relevante, a importância legal advém apenas do que surge nas conclusões formais do conselho. 
O ministro holandês para Assuntos Sociais e Emprego, indignou-se e destacou os direitos “LGBTIQ” como “valores fundamentais” da União Europeia. Ora, os valores fundamentais não deveriam ser os direitos humanos? Não são os l, os g, os b, os t, os i e o q, humanos? Têm alguma especificidade que mereça particular relevância e os distinga dos humanos? Defender que os lbgtiq são pessoas será homofobia?
Trata-se na verdade de uma excelente notícia contra o manicómio contemporâneo. Os lbtg não são mais nem menos humanos que os humanos. Os direitos humanos são os direitos de todos humanos. Destacar numa declaração sobre todas as pessoas, os direitos dos heteros, dos homos, dos vegans, dos católicos, etc, é uma desvalorização de valores universais em detrimento de particularismos que se tornaram em negócios e agendas demenciais. O escândalo que seria defender o direito dos católicos ou dos heterossexuais num documento sobre todas as pessoas. Ora, considerar que não deve surgir a referência particular aos lbtgaeiou já será homofobia. Armadilha falaciosa e eficaz quando estamos destituídos de pensamento crítico.
O consenso sobre um conjunto de valores universais e do valor do ser humano está a ser desmantelado pelas políticas identitárias e as lutas culturais. Os direitos humanos referem-se a uma ideia de civilização que inclui todos os humanos, a um conjunto de valores comuns, uma ideia inclusiva e não a uma agenda sectária e divisionista. É tão absurdo defender direitos lbtg como direitos heterossexuais. Inclusivo é o conceito de humanos e a ideia de igualdade de direitos refere-se a todas as pessoas. Estamos no século XXI no Ocidente, os problemas fundamentais são camuflados por questões para fins de entretenimento. Os ativismos parecem usar as pessoas, falam em nome delas mesmo sem qualquer procuração para tal e pretendem impor uma agenda particular como visão geral.
A armadilha falaciosa, mas muito eficaz está montada e revela-se difícil de desconstruir. Defender que nenhum direitosespecifico de grupo se deve destacar ou privilegiar quando se elabora um documento, recomendação ou lei para a comunidade, significará padecer de uma qualquer fobia ou iniciar uma perseguição. 
Alguns sectores ativistas retomaram a pressão sobre a inadmissibilidade da não referência nas conclusões do conselho desse grupo. Esse trabalho é uma atividade de lóbi, e os lóbis defendem interesses particulares com finalidades especificas e em interesse próprio. O único lóbi admissível quando se trata de direitos humanos é o da universalidade. Uma civilização não é tanto mais avançada quando cede a exigências de grupos e universaliza particularismos, mas quando une e gera consensos entre grupos diferentes sobre o que é comum e fundamental para todos. As políticas identitárias de facto mais não têm feito que fragmentar a democracia, cada vez mais frágil.  Ver a U.E. ceder às políticas identitárias e às agendas progressistas demenciais não a torna mais civilizada, apenas mais dividida e afastada das pessoas.
As marchas dos anos sessenta do século XXI pelos direitos civis assinalaram lutas e conquistas fundamentais pela igualdade de direitos, contra a discriminação e pela inclusão de facto. Os novos ativismos e uma agenda progressista demencial do século XXI transformou-se num negócio e numa cruzada enlouquecida que confunde deliberadamente diferença com desigualdade, e interesses particulares de um grupo com o bem comum.
As mulheres que lutaram pela igualdade de direitos não se reveriam por certo nas que querem agora proteções especiais e leis especificas, as minorias que clamavam por igualdade de direitos e reconhecimento espantar-se-iam agora com a exigência de um estatuto especial com direitos próprios. O sistema política interessado apenas na manutenção do poder pelo poder vai cedendo terreno a esse ativismo porque estes estão bem organizados são ruidosos e sabem manipular os média. Como resultado, sectores fundamentais de uma sociedade, como a educação e leis fundamentais que regulam o funcionamento das comunidades vão incorporando reivindicações monomaníacas que destruturam as sociedades democráticas criando abismos insuperáveis.

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