FORA DO SOFÁ, JÁ!

São os protestos e as indignações, mais as lamúrias e as conversas de café, as críticas nas redes sociais e os artigos de opinião que vão crescendo de tom e de ritmo para exprimir as mais variadas razões de queixa dos cidadãos que se revoltam contra o confisco fiscal e a ineficiência do Estado.

São os contribuintes anónimos dos diversos sectores da sociedade que submersos numa progressiva escalada de deterioração do seu poder aquisitivo e económico gritam e protestam por todos os meios contra a máquina fiscal que lhes suga as energias e a vontade de continuar neste caminho.

Desmotivados e ofendidos com o roubo legalmente instituído, e que lhes retira mais de 50% do seu rendimento líquido sendo que muitas vezes essa percentagem supera os 70% do mesmo, os cidadãos que se levantam para trabalhar por sua conta e risco vêem o esforço do seu trabalho ser desbaratado em serviços e empresas do Estado que são imensos sorvedouros de riqueza particular para benefício de uns poucos e benesses sociais de alguns outros.

É por exaustão da sua capacidade de produzir e impossibilidade de tolerar mais este estado de injustiça que o movimento dos coletes amarelos se vai insurgindo por diversos países europeus, e agora chega também a Portugal.

Incapazes de controlar este movimento inorgânico e genuinamente popular, sem obedecer as directivas dos partidos do poder e demais forças tradicionais da representação política, a classe institucional que domina a comunidade e a comunicação social está nervosa porque estas manifestações estão fora do seu controle e não pode retirar dividendos das suas acções e reivindicações.
Este nervosismo alastra e aumenta de intensidade a cada dia que passa, e é o reflexo da incapacidade de o actual quadro político absorver a essência do movimento reivindicativo.

É o melhor sinal da independência e da justa medida dos protestos que as acções desencadeadas sejam vistas com reserva e crítica, e com algum temor, por todos os alapados situacionistas que se protegem em comandita de interesses.

Assim se espera que o movimento alastre e faça da reivindicação contra o confisco fiscal o principal motivo e bandeira do protesto!

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